Sou resto de um naufrágio ancorado num Cais.
Faço parte de um passado bom que não volta mais.
Certo dia, o barco da minha vida tombou.
Continuo viva, mas uma parte de mim foi embora, findou.
Do Cais miro o horizonte.
Procuro quem tanto amei e amo.
Meu Deus, Onde ele se esconde?
Queria tanto achar pedaços seus para eu colar.
Pra eu voltar a ser inteira, precisaria dos teus pedaços em mim de qualquer maneira.
Faço de ti, os poemas dos meus dias.
É o que tem me sustentado e me dado um pouco de alegria.
•٠•●● Laura Méllo
Se sou leve, sinto que posso voar. Mesmo que a vida me pese, o infinito, eu posso alcançar. Não pertenço ao chão. Perdão! Caminho sobre a terra, mas pertence aos céus, a minh'alma e o meu coração. Bailo no ar, quando escuto uma bela canção. Melodias celestiais, fazem-me percorrer os quatro cantos da terra, ancorando-me em cada Cais. Sou anjo sem asas. Sou fogueira sem brasas. Sou aprendiz das palavras. Sou a fé que caminha. Sou órfã, sou sozinha. Sou na minha solidão, a água e o pão. Sou um poço sem fundo. Sou do tamanho do mundo. Sou amor profundo. Sou afetuosidades. Sou transparente, sou verdade. Sou de mim mesma, quase um jubileu. Sou templo de Deus. Sou a menina dos olhos seus. ✻ laura méllo
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