Quando comecei a falar comigo mesma, primeiro achei que estava ficando louca, depois achei que estava me tornando velha, que era coisa da idade; hoje, tenho certeza que falar sozinho faz parte da maturidade sim, mas também de uma solidão sem fim. Solidão acompanhada. São tantos assuntos em questão, tanto a ensinar, tanto a desabafar, tanta coisa a questionar; que a gente acaba falando consigo me smo. São poucos os que estão dispostos à nos ouvir pelo simples prazer de uma boa prosa. As comunicações atuais são tão frias. É quase tudo teclado, digitalizado, é tanta falta de calor humano que chega a dar agonia. É tudo tão frio, que até os pelos da epiderme da alma arrepia. Não me estranharia se uma mãe não reconhecesse em alguns momentos a voz do seu filho, se os maridos desconhecessem vez ou outra a voz da sua esposa. Precisamos de atenção, de olho no olho, mão na mão, de sentir o cheiro do outro, de ser ouvidos e de escutar também. A gente necessita de afeto, de estar pe...
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Mostrando postagens de maio 16, 2016