[ Da estória, à história ] Maria Luíza não gostava de estar sozinha. E todas noites, ela contava mil estórias para si mesma. A solidão era sua companhia de todos dias. Sempre foi assim, desde que se entendeu por gente. Garota simples, de vida simples, sempre via simplicidade ao seu redor. E até achava ser uma coisa simples, ser só. Certa vez, ela montou um cenário. Fechou os olhos, e se imaginou num bosque lindo e verdejante. Lá, haviam animais de toda espécie. E vejam só que graça: por animais ela muito se afeiçoava. Cenário perfeito. Até existia lá no meio do bosque, um piano de cauda. Era um sonho estar lá. Maria Luíza não perdeu tempo e logo começou a tocar. Tudo era meio mágico, divino, espetacular. Ela tocava e cantava trechos de sua vida. Nada lhe escapara. Estava tudo em sua mente, sendo ali vivido. O ambiente era agradável, não havia um ser vivente entristecido. Maria Luíza era assim... deixava estravar tudo que dentro dela não cabia. Eram tantos sonhos, tantas frustra...