“O tempo não anda muito favorável a esperas. Se chove, molho-me ... O guarda-chuva trava, não quer abrir. Se faz sol, me queimo toda ... Ele atravessa tudo quanto é artifício de proteção. Não tem para onde fugir. Se neva, congelo-me ... A lareira não acende. Há correntes de ar pra tudo quanto é lado. Acendo o fogo, e o fogo é logo apagado. O que me salva são as flores do campo. Nelas me agacho, me deito e não levanto. Tenho procurado junto com o meu gato, esperar o meu amado por lá. Às vezes consigo, outras vezes não dá. Porque a chuva, o sol escaldante e a neve, conseguem me encontrar no meu esconderijo. E aí, como fico? É como digo; o tempo não anda favorável à esperas meu amigo! Mas como menina teimosa e esperançosa que sou, insisto em esperar pelo meu amor.” — laura méllo Arte: Luciane Valença