Nada me pertence. Nem o vestido que visto, a escova que desembaraça meu cabelo, os anéis que uso nos dedos, os óleos perfumados que massageio o meu corpo, os brincos, pulseiras, enfim, todos os adornos, as sandálias que calço, nem mesmo as poesias que faço, que vire e mexe, muitos se apropriam delas, como se tivessem nascidas de cada um deles. Nada que seja material me pertence. O que é meu é o que guardo no peito do lado esquerdo. E tudo quanto tenho guardado vou levar comigo pra sempre. Laura Méllo ✍