“ Ela era mestra no amor. Mas escrevia sobre ele, como quem nada sabia. Pois não era tão bonito de se ler, o amor que conhecia. Afirmava nas palavras coisas como quem questionava. A todos que liam, ela intrigava. Moça esperta. Sabia a hora certa, de colocar em sua escrita, cada ponto, cada vírgula, aspas e interrogação. Sua mente era fascinante. Menina coerente, mesmo às vezes sendo inconstante. O amor que vivera, era dolorido. Amor sofrido. Amor não correspondido. Bebia as próprias lágrimas e se deliciava, dizia que era bom, porque eram lágrimas de quem muito amava. Mas gostava de escrever sobre um amor presente, amor que caminha lado a lado com a gente. Pobre moça! Terminou sua jornada tão só. Só, mas cheia de amor. Amor singular. Amor retido. Amou (só), um amor bem vivido. Essa, foi a sina daquela menina. Menina de sorriso triste, de olhos esperançosos, de braços calorosos, de um coração enorme, de alma pura. E de dedos delicados. Pois só sabia escrever o amor. Embora a vida lhe ...