Sem crases sem virgulas sem reticências sem interrogações ou exclamações
Sem palavras bem escritas sem coerências sem entendimento algum
pelo que estava escrito
Assim ela escreveu um texto como adeus
Ninguém nada entendeu
Ela já estava cansada de escrever tudo o que sentia
letra por letra grafia por grafia e mesmo assim ninguém também nada entendia
Ela desistiu E partiu
Para onde
Ninguém
Viu
Procura-se a moça que de palavras doces
De um jeito tão amargo ninguém imaginava que ela embora fosse
Quem a encontrar Traga-a de volta
Ela precisa urgentemente o seu texto ajeitar
Me deu uma vontade danada de poder lê-la, e a interpretar!
Se alguém ver a moça de palavras soltas por aí, traga-a de volta pra mim.
Ela deixou tudo desordenado.
Como desordenado, também deve estar seu coração
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────────────── laura méllo
Se sou leve, sinto que posso voar. Mesmo que a vida me pese, o infinito, eu posso alcançar. Não pertenço ao chão. Perdão! Caminho sobre a terra, mas pertence aos céus, a minh'alma e o meu coração. Bailo no ar, quando escuto uma bela canção. Melodias celestiais, fazem-me percorrer os quatro cantos da terra, ancorando-me em cada Cais. Sou anjo sem asas. Sou fogueira sem brasas. Sou aprendiz das palavras. Sou a fé que caminha. Sou órfã, sou sozinha. Sou na minha solidão, a água e o pão. Sou um poço sem fundo. Sou do tamanho do mundo. Sou amor profundo. Sou afetuosidades. Sou transparente, sou verdade. Sou de mim mesma, quase um jubileu. Sou templo de Deus. Sou a menina dos olhos seus. ✻ laura méllo
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