Quando comecei a falar comigo mesma, primeiro achei que estava ficando louca, depois achei que estava me tornando velha, que era coisa da idade; hoje, tenho certeza que falar sozinho faz parte da maturidade sim, mas também de uma solidão sem fim.
Solidão acompanhada.
São tantos assuntos em questão, tanto a ensinar, tanto a desabafar, tanta coisa a questionar; que a gente acaba falando consigo mesmo.
São poucos os que estão dispostos à nos ouvir pelo simples prazer de uma boa prosa.
As comunicações atuais são tão frias.
É quase tudo teclado, digitalizado, é tanta falta de calor humano que chega a dar agonia.
É tudo tão frio, que até os pelos da epiderme da alma arrepia.
Não me estranharia se uma mãe não reconhecesse em alguns momentos a voz do seu filho, se os maridos desconhecessem vez ou outra a voz da sua esposa.
Precisamos de atenção, de olho no olho, mão na mão, de sentir o cheiro do outro, de ser ouvidos e de escutar também.
A gente necessita de afeto, de estar perto; mas, pertinho de verdade.
Senão, enlouquecemos aos olhos dos outros sem nenhum necessidade.
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•☛ #lauraméllo
Se sou leve, sinto que posso voar. Mesmo que a vida me pese, o infinito, eu posso alcançar. Não pertenço ao chão. Perdão! Caminho sobre a terra, mas pertence aos céus, a minh'alma e o meu coração. Bailo no ar, quando escuto uma bela canção. Melodias celestiais, fazem-me percorrer os quatro cantos da terra, ancorando-me em cada Cais. Sou anjo sem asas. Sou fogueira sem brasas. Sou aprendiz das palavras. Sou a fé que caminha. Sou órfã, sou sozinha. Sou na minha solidão, a água e o pão. Sou um poço sem fundo. Sou do tamanho do mundo. Sou amor profundo. Sou afetuosidades. Sou transparente, sou verdade. Sou de mim mesma, quase um jubileu. Sou templo de Deus. Sou a menina dos olhos seus. ✻ laura méllo
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