Quando comecei a falar comigo mesma, primeiro achei que estava ficando louca, depois achei que estava me tornando velha, que era coisa da idade; hoje, tenho certeza que falar sozinho faz parte da maturidade sim, mas também de uma solidão sem fim. 
Solidão acompanhada. 
São tantos assuntos em questão, tanto a ensinar, tanto a desabafar, tanta coisa a questionar; que a gente acaba falando consigo mesmo.
São poucos os que estão dispostos à nos ouvir pelo simples prazer de uma boa prosa.
As comunicações atuais são tão frias.
É quase tudo teclado, digitalizado, é tanta falta de calor humano que chega a dar agonia.
É tudo tão frio, que até os pelos da epiderme da alma arrepia.
Não me estranharia se uma mãe não reconhecesse em alguns momentos a voz do seu filho, se os maridos desconhecessem vez ou outra a voz da sua esposa.
Precisamos de atenção, de olho no olho, mão na mão, de sentir o cheiro do outro, de ser ouvidos e de escutar também.
A gente necessita de afeto, de estar perto; mas, pertinho de verdade.
Senão, enlouquecemos aos olhos dos outros sem nenhum necessidade.
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•☛ #lauraméllo

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