Repetições
Sabe aqueles dias em que você sente como se tudo que você viu, sentiu e viveu, não passou de repetições?
Não sei se você já sentiu algo desse tipo.
Mas acredite, tem dias que meus dias são assim: uma sensação de repetições.
Nada é Novo.
O dia não é, a tarde muito menos e a noite é igual a todas as outras noites anteriores.
É uma sensação estranha.
Não sei se terei condições de descrever.
As palavras se repetem; é " bom dia", "benção mãe", "te amo filho", "te amo filha", "te amo, meu amor", "está tudo bem?" "quer algo?" "tchau", "vou ali, daqui a pouco eu volto".
Os sentimentos também são repetitivos. Todos tão familiares; "não quero", "quero", "tenho", "não tenho", "preciso", "está demais", "transbordou", "esvaziou", "tentei", "errei", "quem não tentou e também não errou?", "saudade", "me alegrei", "me entristeci", "chorei e mais alguém chorou".
As cenas são tão as mesmas, que mais parecem flashes de tudo que passou.
Os cheiros se confundem; procuro um novo aroma e de repente, tudo desaromatizou.
Me olho no espelho e o que vejo; travestida com uma roupa repetida, cabelo do mesmo modelo de sempre, e de "novo", nem mesmo os pentes.
Aí, sento de frente a tela do meu computador.
Começo a escrever.
O que?
Nada novo.
Escrevo sobre mim, pensando em você.
Em dias como este, quisera existir mais letras na lista do alfabeto.
Em dias de sensação de repetições, acho que de criativo e original é meditar em algo tão louco, tão eu, mas que no fim chega a ser banal.
Que amanhã seja de verdade um novo dia, um dia novinho em folha.
Que eu possa sentir algo novo, ver coisas e pessoas diferentes.
Que o de repente de Deus invada a madrugada e me envolva com tudo aquilo que realmente preciso e há muito tempo espero.
Que de repetitivo seja apenas o estritamente necessário para que eu não me esqueça quem sou.
Vamos descobrir o Novo comigo?
Eu, Voo!
Fui ...
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•☛ Laura Méllo
Se sou leve, sinto que posso voar. Mesmo que a vida me pese, o infinito, eu posso alcançar. Não pertenço ao chão. Perdão! Caminho sobre a terra, mas pertence aos céus, a minh'alma e o meu coração. Bailo no ar, quando escuto uma bela canção. Melodias celestiais, fazem-me percorrer os quatro cantos da terra, ancorando-me em cada Cais. Sou anjo sem asas. Sou fogueira sem brasas. Sou aprendiz das palavras. Sou a fé que caminha. Sou órfã, sou sozinha. Sou na minha solidão, a água e o pão. Sou um poço sem fundo. Sou do tamanho do mundo. Sou amor profundo. Sou afetuosidades. Sou transparente, sou verdade. Sou de mim mesma, quase um jubileu. Sou templo de Deus. Sou a menina dos olhos seus. ✻ laura méllo
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