Palavras matam, meu bem.
Não duvide disso, não queira testar se isso é verdade, não pague pra ver, não faça o teste, palavras ferem, aprisione a palavra que não preste, não pronuncie palavras que matam; ou se sentirás condenado antes mesmo de seres julgado.
Palavras matam, meu bem.
Matam em vida, sem direito a despedida, sem velório, lágrimas nos olhos, sem choro nem vela.
Não dá tempo pra nada disso.
Sei o que digo.
E digo, como vítima, não como algoz.
E digo mais: nada pior que uma palavra feroz.
Renasci, porque perdoei os meus agressores.
Mas não é fácil perdoar e passar por cima dessa morte e de suas dores.
Jamais cultive navalhas em sua boca, por favor, cultive flores.
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•☛ Laura Méllo / © Cristina Otero
Se sou leve, sinto que posso voar. Mesmo que a vida me pese, o infinito, eu posso alcançar. Não pertenço ao chão. Perdão! Caminho sobre a terra, mas pertence aos céus, a minh'alma e o meu coração. Bailo no ar, quando escuto uma bela canção. Melodias celestiais, fazem-me percorrer os quatro cantos da terra, ancorando-me em cada Cais. Sou anjo sem asas. Sou fogueira sem brasas. Sou aprendiz das palavras. Sou a fé que caminha. Sou órfã, sou sozinha. Sou na minha solidão, a água e o pão. Sou um poço sem fundo. Sou do tamanho do mundo. Sou amor profundo. Sou afetuosidades. Sou transparente, sou verdade. Sou de mim mesma, quase um jubileu. Sou templo de Deus. Sou a menina dos olhos seus. ✻ laura méllo
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