Eu não tenho uma maturidade poética, sei disso.
Sou infantil demais nesse quesito.
Minha maturidade é de vida, de vivência.
Tenho maturidade de carecer e ser grata pelo que tenho.
De ter uma alma melancólica, que sorri através dos meus olhos.
De saber gritar sem estourar os tímpanos de quem me ouve; gritar em silêncio, gritar baixinho e me fazer entender e não há quem me desaprove.
Gritar com elegância, não como criança mimada no jardim de infância.
Tenho maturidade de sentir o que é bom, guardar e espalhar uma porcentagem dessa bondade como purpurinas sopradas no ar, de sentir o que é ruim e limpar de dentro de mim rapidamente.
Tenho maturidade de saber ser gente.
Poeticamente falando, talvez eu seja até um desastre como poeta.
Mas também talvez, eu seja o único desastre harmonioso existente numa poesia.
Desastre do bem, de um querer bem, do vagão de sentimentalidades do trem da minha vida.
Eu não tenho uma maturidade poética, sei disso.
E acho que aqueles que me leem conseguem perceber.
Tenho apenas uma tênue agonia nos dedos para escrever.
Agonia nos dedos, mas ...
Calma na alma ...
E no coração, paz ...
A confusão está na minha mente.
Eu sinto isso. E você, também sente?!

___ Laura Méllo ___
Photo : © Spannerino

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