Eu não tenho uma maturidade poética, sei disso.
Sou infantil demais nesse quesito.
Minha maturidade é de vida, de vivência.
Tenho maturidade de carecer e ser grata pelo que tenho.
De ter uma alma melancólica, que sorri através dos meus olhos.
De saber gritar sem estourar os tímpanos de quem me ouve; gritar em silêncio, gritar baixinho e me fazer entender e não há quem me desaprove.
Gritar com elegância, não como criança mimada no jardim de infância.
Tenho maturidade de sentir o que é bom, guardar e espalhar uma porcentagem dessa bondade como purpurinas sopradas no ar, de sentir o que é ruim e limpar de dentro de mim rapidamente.
Tenho maturidade de saber ser gente.
Poeticamente falando, talvez eu seja até um desastre como poeta.
Mas também talvez, eu seja o único desastre harmonioso existente numa poesia.
Desastre do bem, de um querer bem, do vagão de sentimentalidades do trem da minha vida.
Eu não tenho uma maturidade poética, sei disso.
E acho que aqueles que me leem conseguem perceber.
Tenho apenas uma tênue agonia nos dedos para escrever.
Agonia nos dedos, mas ...
Calma na alma ...
E no coração, paz ...
A confusão está na minha mente.
Eu sinto isso. E você, também sente?!
___ Laura Méllo ___
Photo : © Spannerino
Se sou leve, sinto que posso voar. Mesmo que a vida me pese, o infinito, eu posso alcançar. Não pertenço ao chão. Perdão! Caminho sobre a terra, mas pertence aos céus, a minh'alma e o meu coração. Bailo no ar, quando escuto uma bela canção. Melodias celestiais, fazem-me percorrer os quatro cantos da terra, ancorando-me em cada Cais. Sou anjo sem asas. Sou fogueira sem brasas. Sou aprendiz das palavras. Sou a fé que caminha. Sou órfã, sou sozinha. Sou na minha solidão, a água e o pão. Sou um poço sem fundo. Sou do tamanho do mundo. Sou amor profundo. Sou afetuosidades. Sou transparente, sou verdade. Sou de mim mesma, quase um jubileu. Sou templo de Deus. Sou a menina dos olhos seus. ✻ laura méllo
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