“O tempo não anda muito favorável a esperas.
Se chove, molho-me ...
O guarda-chuva trava, não quer abrir.
Se faz sol, me queimo toda ...
Ele atravessa tudo quanto é artifício de proteção.
Não tem para onde fugir.
Se neva, congelo-me ...
A lareira não acende. Há correntes de ar pra tudo quanto é lado.
Acendo o fogo, e o fogo é logo apagado.
O que me salva são as flores do campo.
Nelas me agacho, me deito e não levanto.
Tenho procurado junto com o meu gato, esperar o meu amado por lá.
Às vezes consigo, outras vezes não dá.
Porque a chuva, o sol escaldante e a neve, conseguem me encontrar no meu esconderijo.
E aí, como fico?
É como digo; o tempo não anda favorável à esperas meu amigo!
Mas como menina teimosa e esperançosa que sou, insisto em esperar pelo meu amor.”
— laura méllo
Arte: Luciane Valença
Se sou leve, sinto que posso voar. Mesmo que a vida me pese, o infinito, eu posso alcançar. Não pertenço ao chão. Perdão! Caminho sobre a terra, mas pertence aos céus, a minh'alma e o meu coração. Bailo no ar, quando escuto uma bela canção. Melodias celestiais, fazem-me percorrer os quatro cantos da terra, ancorando-me em cada Cais. Sou anjo sem asas. Sou fogueira sem brasas. Sou aprendiz das palavras. Sou a fé que caminha. Sou órfã, sou sozinha. Sou na minha solidão, a água e o pão. Sou um poço sem fundo. Sou do tamanho do mundo. Sou amor profundo. Sou afetuosidades. Sou transparente, sou verdade. Sou de mim mesma, quase um jubileu. Sou templo de Deus. Sou a menina dos olhos seus. ✻ laura méllo
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