“Houve uma época da minha vida, em que eu achava que coisas ruins só aconteciam da porta da minha casa pra fora.
Achava que mortes, doenças graves, catástrofes e tudo quanto é de adversidades de grandes proporções não atingiriam nunca a mim e nem tampouco aos meus.
Ah, que pensamento mais enganoso esse meu Deus!
Era uma época de muita inocência, de falta de consciência das coisas da vida. Eu não fazia a mínima ideia que por coisas ruins eu pudesse ser atingida.
E num dado momento eu fui, e me assustei, e gemi, chorei, questionei, briguei, me fechei e depois me conformei com alguns acontecimentos.
Se não me conformei com todos, pelo menos comecei a saber lidar com cada um deles.
Já faz muitos anos que descobri o outro lado da vida.
Descobri, não porque eu fui procurar, mas foi esse outro lado que veio me encontrar.
Meu Deus, é cada esbarrão, cada confusão, cada fato sem cabimento.
Mas não tem jeito. O jeito é ir viVendo.
O tempo às vezes é um professor muito severo.
Ele já me ensinou coisas que eu até quis, outras nem tanto.
E sei que haverão algumas que vou querer e ao mesmo tempo não quero.
Mas a gente não tem opção. É aprender ou aprender. É crescer ou crescer.
Assim é a vida. Desse jeito é viver.”
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| Autoria: Laura Méllo |
Ilustração: Fotografia de Anna Oleinik
Se sou leve, sinto que posso voar. Mesmo que a vida me pese, o infinito, eu posso alcançar. Não pertenço ao chão. Perdão! Caminho sobre a terra, mas pertence aos céus, a minh'alma e o meu coração. Bailo no ar, quando escuto uma bela canção. Melodias celestiais, fazem-me percorrer os quatro cantos da terra, ancorando-me em cada Cais. Sou anjo sem asas. Sou fogueira sem brasas. Sou aprendiz das palavras. Sou a fé que caminha. Sou órfã, sou sozinha. Sou na minha solidão, a água e o pão. Sou um poço sem fundo. Sou do tamanho do mundo. Sou amor profundo. Sou afetuosidades. Sou transparente, sou verdade. Sou de mim mesma, quase um jubileu. Sou templo de Deus. Sou a menina dos olhos seus. ✻ laura méllo
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