“Houve uma época da minha vida, em que eu achava que coisas ruins só aconteciam da porta da minha casa pra fora.
Achava que mortes, doenças graves, catástrofes e tudo quanto é de adversidades de grandes proporções não atingiriam nunca a mim e nem tampouco aos meus. 
Ah, que pensamento mais enganoso esse meu Deus!
Era uma época de muita inocência, de falta de consciência das coisas da vida. Eu não fazia a mínima ideia que por coisas ruins eu pudesse ser atingida.
E num dado momento eu fui, e me assustei, e gemi, chorei, questionei, briguei, me fechei e depois me conformei com alguns acontecimentos.
Se não me conformei com todos, pelo menos comecei a saber lidar com cada um deles.
Já faz muitos anos que descobri o outro lado da vida.
Descobri, não porque eu fui procurar, mas foi esse outro lado que veio me encontrar.
Meu Deus, é cada esbarrão, cada confusão, cada fato sem cabimento.
Mas não tem jeito. O jeito é ir viVendo.
O tempo às vezes é um professor muito severo.
Ele já me ensinou coisas que eu até quis, outras nem tanto.
E sei que haverão algumas que vou querer e ao mesmo tempo não quero.
Mas a gente não tem opção. É aprender ou aprender. É crescer ou crescer.
Assim é a vida. Desse jeito é viver.”


| Autoria: Laura Méllo |

Ilustração: Fotografia de Anna Oleinik

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