❝ Andei por dentro de mim mesma tentando não encontrar ninguém.
Ora, mas que tolice a minha! Nunca fui terra desabitada. 
Se bem que ás vezes me sinto uma cidade fantasma.
Há no meu peito tantas lembranças armazenadas, 
que de vez em quando sinto falta de gente de carne e osso.
Tenho na verdade é uma solidão acompanhada com um laço de fita no pescoço.
E é no meio dessa solidão que esbarro em pessoas que
mesmo sem elas saberem, fazem morada em mim.
Vivem em silêncio. Suas palavras são mudas.
Quero tanto ouvi-las! Ou será que sou eu que sou surda?
Ah meu Deus, quanta lucidez loucamente absurda?❞

________________ Laura Méllo ✍

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