[ Da estória, à história ]

Maria Luíza não gostava de estar sozinha.
E todas noites, ela contava mil estórias para si mesma.
A solidão era sua companhia de todos dias.
Sempre foi assim, desde que se entendeu por gente.
Garota simples, de vida simples, sempre via simplicidade
ao seu redor. E até achava ser uma coisa simples, ser só.
Certa vez, ela montou um cenário.
Fechou os olhos, e se imaginou num bosque lindo e verdejante.
Lá, haviam animais de toda espécie.
E vejam só que graça: por animais ela muito se afeiçoava.
Cenário perfeito. Até existia lá no meio do bosque,
um piano de cauda. Era um sonho estar lá.
Maria Luíza não perdeu tempo e logo começou a tocar.
Tudo era meio mágico, divino, espetacular.
Ela tocava e cantava trechos de sua vida. Nada lhe escapara.
Estava tudo em sua mente, sendo ali vivido.
O ambiente era agradável, não havia um ser vivente entristecido.
Maria Luíza era assim...
deixava estravar tudo que dentro dela não cabia.
Eram tantos sonhos, tantas frustrações e tristezas acumuladas.
Mas numa coisa ela fazia como ninguém.
Maria muito amava, mesmo sem ser amada por alguém.
Pelo menos, era assim, que ela pensava.
Que bom! Vou dizer pra você. Maria Luíza estava errada.
Ela era amada sim.
Mesmo não percebendo esse lindo sentimento.
O que Maria não sabia, era que alguém a observava de longe.
Noite e dia.
Observava, admirava e fantasiava poder quem sabe,
estar com ela lado a lado e poder lhe dizer o quanto especial
ela era. Porque na vida é assim que acontece não?
Pensamos e sentimos algo que não confere com a realidade
que enxergamos. Que há sim, alguém do outro lado, da rua,
da cidade, do país, do mundo, que nos ama e não amamos.
Porque simplesmente ainda não temos conhecimento do seu encanto.
Como nada acontece num passe de mágica.
Maria Luíza precisava entrar na realidade que seus olhos
não alcançava.
E Deus, o destino, o acaso, chame como quiser chamar,
fez um encontro dela com ele providenciar.
Num belo dia, ao sair para comprar seu pão.
No caminho da padaria, numa tarde fria, ela tropeçou em algo,
assim, do nada. E um lindo rapaz de olhos azuis da cor do céu,
a amparou em seus braços, como nas estórias de príncipes
e princesas. Maria Luíza sentiu naquele momento,
que quem a amparava era o amor da sua vida.
Aquele, que ela já não mais acreditava encontrar.
Foi quando a solidão, ao amor deu lugar.
Na minha humildade opinião.
Não foi destino, foi Deus. Não foi o acaso,
pois nada é por acaso, creio eu.
Foi apenas um encontro de amor, marcado por Deus.
Maria Luíza nunca mais precisou inventar estórias.
Pois estava vivendo a sua própria história.
História de amor. Amor verdadeiro.
Daqueles que mal cabe no peito e no mundo inteiro.

❥ ♡

| Laura Méllo

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