Pra quê reviver, se a gente não pode ter?
Pra quê ficar com aquele gosto bom na boca, se pela garganta não pode descer?
Pra quê olhar de longe, se há uma blindagem para não chegar perto?
Pra quê desejar, enlouquecer de desejo e ter que entrar num sanatório ilusório,
feito por nós mesmos para podermos nos equilibrar, nos sarar?
Pra quê serve toda essa vontade de viver uma eternidade com alguém
que não foi feito pra nós?
Do que adianta vestir aquele vestido vermelho, de fazer parar o transito,
e ser colocada no canto, ou pendurada num varal de roupa?
Será que era mesmo um vestido vermelho, ou nos engamos,
e não passava de uma camisa de força?
Talvez, isso sirva para desencanarmos.
Para tirar da cabeça o que o pensamento não aceita ser tirado.
Talvez sirva para entendermos que nesse nosso sentir, estamos errados.
Você já passou ou passa por isso?
Você por acaso sabe me dizer pra quê serve tudo isso?
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────────────── laura méllo
Se sou leve, sinto que posso voar. Mesmo que a vida me pese, o infinito, eu posso alcançar. Não pertenço ao chão. Perdão! Caminho sobre a terra, mas pertence aos céus, a minh'alma e o meu coração. Bailo no ar, quando escuto uma bela canção. Melodias celestiais, fazem-me percorrer os quatro cantos da terra, ancorando-me em cada Cais. Sou anjo sem asas. Sou fogueira sem brasas. Sou aprendiz das palavras. Sou a fé que caminha. Sou órfã, sou sozinha. Sou na minha solidão, a água e o pão. Sou um poço sem fundo. Sou do tamanho do mundo. Sou amor profundo. Sou afetuosidades. Sou transparente, sou verdade. Sou de mim mesma, quase um jubileu. Sou templo de Deus. Sou a menina dos olhos seus. ✻ laura méllo
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