Me sinto
alma sem corpo.
Corpo,
pra que quero
Se vivo uma vida de espera?
O coração bate descompassado,
acelerado, sem direção.
O estômago
está morto de fome,
de presença que tem nome.
Os pulmões
ora cheios, ora vazios de ar,
desaprenderam a respirar.
Na cabeça,
os pensamentos todos silenciosa(mente),
fingem uma tranquilidade que não existe, sinceramente!
E as pernas,
pra que quero?
Elas não podem sair do lugar.
Lembra?
( — estou a esperar! )
.
∫ Laura Méllo
Se sou leve, sinto que posso voar. Mesmo que a vida me pese, o infinito, eu posso alcançar. Não pertenço ao chão. Perdão! Caminho sobre a terra, mas pertence aos céus, a minh'alma e o meu coração. Bailo no ar, quando escuto uma bela canção. Melodias celestiais, fazem-me percorrer os quatro cantos da terra, ancorando-me em cada Cais. Sou anjo sem asas. Sou fogueira sem brasas. Sou aprendiz das palavras. Sou a fé que caminha. Sou órfã, sou sozinha. Sou na minha solidão, a água e o pão. Sou um poço sem fundo. Sou do tamanho do mundo. Sou amor profundo. Sou afetuosidades. Sou transparente, sou verdade. Sou de mim mesma, quase um jubileu. Sou templo de Deus. Sou a menina dos olhos seus. ✻ laura méllo
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